[RESENHA] O Jardim Secreto

março 02, 2018

O Jardim Secreto
🌟🌟🌟🌟🌟
Autor (a): Frances Hodgson Burnett
Editora: Martin Claret
Ano: 2017 | 1ª edição publicada 1911
Número de páginas: 296
Gênero: Infanto-Juvenil | Literatura Inglesa
Sinopse: Descendente da aristocracia inglesa ― mas nascida e criada na Índia ― Mary Lennox é uma menina de dez anos que vê sua vida se transformar após a perda dos pais, obrigando-a a se mudar para a Inglaterra e morar com um tio que nunca conheceu. Em meio à mansão no condado de Yorkshire, Mary começa a desbravar os segredos escondidos ali, eliminando as ervas daninhas que encobrem os caminhos que levam ao secreto jardim e fazendo amizades que transformam sua trajetória e a de todos ao seu redor.

     Você certamente já ouviu falar no título “O Jardim Secreto”, seja por meio do filme estreado em 1993 e já passado muitas vezes na famosa “sessão da tarde”, seja pelo livro, e não estou falando do famoso livro de colorir, também conhecido com este título, mas sim a obra da autora inglesa Frances Hodgson Burnett inicialmente publicada em 1911. 

     Ano passado, os leitores foram presenteados com uma linda edição da Editora Martin Claret, que nos conquista pelos pequenos detalhes da diagramação e capa. A narração é toda na primeira pessoa e os personagens são apaixonantes.


     O livro não é apenas sobre um jardim secreto, este que só será descoberto posteriormente, mas a história começa com uma pequena menina chamada Mary Lennox. Mary cresceu na Índia, e apesar de inicialmente ter pai e mãe, fora a vida toda criada por sua ama de leite. Não acostumada a fazer nada, e de ser extremamente mimada por todos, Mary cresce cada dia como uma garotinha resmungona, mandona, pálida e fraca. Apesar de mimada, Mary não tinha atenção nenhuma dos pais, pelo contrário, tinha desprezo e você deve estar se perguntando, por que eu disse que inicialmente ela tinha pai e mãe, pois bem, após um surto de cólera, Mary perde sua ama e seus pais, restando apenas ela. Mary então é mandada para ser criada por seu tio Lorde Archibald Craven.

“Ela parou e o ouviu, de alguma forma, o breve gorgeio amigável e alegre lhe causou uma agradável sensação; até uma menininha desagradável pode ser sentir solitária, e o casarão fechado e a ampla charneca desabitada e os imensos jardins vazios tinham lhe dado a sensação de não haver ninguém mais no mundo a não ser ela mesma.”
     
     Então começa a segunda parte da história, de como Mary começa a se acostumar com a nova casa, uma linda mansão com mais de cem quartos fechados, enormes e belos jardins, e como Mary terá de aprender a se virar sem ter uma babá todo o tempo cuidando dela. Nesta etapa, percebemos a evolução da personagem, e a mudança do seu jeito e de sua aparência física. Mary faz amizade com a engraçada Martha, e é por meio dela que a menina conhece Dickon. De longe Dickon é o personagem que mais me cativou, com seu jeito meigo, cuidador das plantas e dos animais, ele ensinará a Mary as “magias” que os jardins trazem. Falando em jardim, em meio às suas expedições pela grande mansão, e pelas histórias que lhes contam, Mary descobrirá a existência de um jardim secreto fechado por mais de 10 anos.

"O sol brilhou por quase uma semana no jardim secreto. Jardim Secreto era como Mary o chamava quando pensava nele. Ela gostava do nome, e gostava ainda mais da sensação de quando seus lindos e antigos muros a fechavam lá dentro; ninguém sabia onde ela estava.”

     Pois é aí que termina a segunda parte da história e começa a terceira, que são as descobertas dos mistérios da mansão. Além do jardim Mary descobrirá a existência de um garotinho tão mimado quanto ela chamado Colin, e que todos o escondem. Quem é Colin? Por que todos o escondem? O que tem de tão secreto no jardim? Isso, caro leitor, você terá de ler para descobrir mais sobre esta maravilhosa obra. 


     A autora também é conhecida por seu outro livro e filme infanto-juvenil “A Princesinha” (devo salientar que se você gosta de “O Jardim Secreto”, certamente irá se apaixonar por esta outra obra). 

     Apesar de terem várias outras adaptações da obra, inclusive animações, a mais conhecida foi o filme de 1993 dirigido por Agnieszka Holland. E não é para menos, considerando que o filme é de 1993, as cenas são muito detalhadas e nos cativam pela beleza dos jardins, cenas estas que passam na cabeça dos leitores ao ler a obra.


     Mesmo o filme sendo bem fiel ao livro, uma diferença que me chamou atenção foi sobre os pais de Mary. No filme, os pais morrem em um terremoto e a menina guarda consigo um pequeno elefante como lembrança. No livro os pais de Mary morrem após um surto de cólera. 

     Apesar de já ter visto muitas vezes o filme, ao terminar o livro veio uma vontade incontrolável de ver mais uma vez e agora pensar: “foi exatamente assim que a autora descreveu”. Caso você já conheça o filme e não o livro, ou ainda, não conhece ambos, recomendo muito esta fantástica obra.

“Uma das coisas estranhas de viver no mundo é que apenas de vez em quando você tem certeza absoluta de que vai viver para sempre e sempre e sempre.”

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3 comentários

  1. Mas que fofura!
    Beijo, beijoooo
    She

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    Respostas
    1. É lindo demais esse livro She! A história, a edição, tudo!
      E o filme, um amorzinho... ❤

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  2. Preciso urgentemente ler um livro da Martin Claret! Estou em falta com os clássicos da Literatura. haha No caso desse em especial não conheço nem mesmo o filme... Mas sobre esse questão da morte dos pais, talvez seja para aliviar um pouco o tipo de morte, embora toda morte seja tensa... :x

    Beijos, Lu!

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